30.12.06

Club Setubalense

Como já aqui foi noticiado, realizou-se a programada exposição de mosaico no Club Setubalense, sendo o seu objectivo principal, a divulgação desta manifestação criativa.

Foi desde o início intenção, fazer acompanhar os painéis de mosaico, dos respectivos trabalhos preparatórios e das suas várias etapas, até ao desenho de execução e ao painel finalizado. Como parte das etapas antes referidas, foram mostrados desenhos realizados no exterior ou no atelier, bem como fotografias de conjunto ou pormenor dos temas a representar, auxiliares preciosos durante a execução do mosaico. Esta é também, uma forma de dar a conhecer o trabalho levado a cabo nos “bastidores”, como processo pessoal de trabalho ou uma das metodologias possíveis no pensar e executar mosaico.
Outras das componentes desta exposição foram as sessões de apresentação e de experimentação. Na apresentação, foi feita uma abordagem sucinta à história do mosaico, dos primórdios à actualidade, acompanhada sempre que possível da projecção de imagens elucidativas e subsequentes explicações técnicas. Na sessão de experimentação, foi facultada aos interessados a possibilidade de estabelecerem um primeiro contacto com ferramentas, materiais e uma das técnicas de fazer mosaico utilizando o método directo, tendo como matéria prima fragmentos de cerâmica (azulejos).

A avaliar pelos resultados obtidos, pode sem dúvida aqui ser deixado dito que o potencial (por explorar) dos intervenientes é enorme. A rápida apreensão dos conhecimentos necessários ao manuseamento dos utensílios e colocação das tesselas trabalhadas, como também, toda a criatividade evidenciada na elaboração de padrões ou figuras a partir de fragmentos de azulejos de fantasia, confirmam plenamente esta ideia.

Aqui fica um obrigado ao Club Setubalense pela aposta nesta iniciativa e os parabéns aos potenciais mosaicistas que através dela emergiram!

8.12.06

Dezembro, em Setúbal...

De 16 a 22 de Dezembro, estará aberta ao público em Setúbal – mais concretamente no Club Setubalense – uma exposição de mosaico, onde serão dadas a conhecer, através de trabalhos executados em diversas técnicas e vários materiais, as vastas potencialidades desta forma de expressão plástica.

Dia 16 de Dezembro pelas 21,30h, terás lugar uma sessão de apresentação, onde será feita uma pequena resenha histórica do mosaico e durante a qual serão apresentadas imagens de trabalhos de vários épocas e autores, alusivas às diferentes técnicas, tipos e formas de execução de mosaico.

Dia 22 de Dezembro pelas 21,30h, haverá uma sessão de experimentação, onde se prevê facultar aos interessados o contacto directo com o mosaico, através da observação e manipulação de ferramentas, suportes e material cerâmico utilizados numa das técnicas desta arte.

23.11.06

Novos trabalhos

Vão ser (finalmente) aqui apresentados e de forma sequenciada, alguns dos trabalhos que fazem parte das novas linhas temáticas apresentadas na Feira de Artesanato do Estoril – 2006.


Paisagens Inventadas
Estes painéis figurativos, são paisagens inventadas a partir de palavras e imagens, escritas, vistas ou sonhadas…
Cada painel desta série foi executado a partir de desenho original, sendo exemplar único, como únicas são as fantasias que nos assolam o imaginário. No entanto, são fantasias partilháveis e estas paisagens aqui ficam a testemunhá-lo.
Execução Abril de 2006; dimensão 65x45cm; método directo com pastilhas de vidro sobre MDF.

Graphic Mirrors

Os Graphic Mirrors são (já) uma colecção de espelhos que tem vindo a crescer em termos de exemplares executados, procurando variar sempre o desenho de exemplar para exemplar, evitando a repetição de motivos e padrões.
Se em alguns deles se procura acentuar a quadratura que lhes serve de suporte, noutros, pelo contrário, a intenção é de subverter essa tendência, contrariando e transgredindo a geometria bem definida pelos limites da moldura.
Espelhos com a dimensão total de 25x25cm; superfície espelhada aprox. 10x10cm; execução com pastilhas de vidro sobre madeira.

Painéis Vegetalistas (trípticos e dípticos com motivos florais...)

Estes painéis – dípticos e trípticos com motivos florais - surgiram para dar continuidade a experiências anteriores, que nesta série foram recriadas de forma diferente.
Dos trabalhos anteriores ficou apenas a ideia cujo desenvolvimento posterior levou a um tipo de execução bastante mais elaborado em termos de representação.
Execução em 2006; dimensão variável; método directo com pastilhas de vidro sobre MDF.

Quaisquer destas vertentes de mosaico, não se esgotou ainda. O mais provável é que venha, cada uma delas, a ter desenvolvimento posterior que permita aprofundar algumas das experiências iniciadas, evitando as formulas repetidas e as receitas comprovadas…

28.9.06

Ainda a Feira de Artesanato do Estoril


Nunca fui muito apologista do trabalho “avulso” - ressalvando aqui o caso particular das encomendas – e estou em crer que esta participação na Feira de Artesanato do Estoril - 2006 encentuou esta forma de entender o trabalho do Atelier.

Houve críticas, sem dúvida construtivas, no sentido de que o pavilhão estava muito menos diversificado...
Se assim foi, o objectivo foi plenamente atingido.
Era de facto essa a intensão. Que houvesse coerência no trabalho mostrado, nem que isso fosse conseguido à custa da tal menor diversidade.

Acredito que pudesse estar menos atractivo, menos colorido até, no sentido mais lato da expressão, precisamente porque aquilo que era mostrado, fazia parte de linhas temáticas de produção bastante recente e como tal, agrupavam-se por temas, diversamente do que acontecera por exemplo no ano anterior, em que de facto havia vários exemplares “avulsos”, que poderiam ser encarados como fios condutores de projectos ou trabalhos futuros e que, pelas mais variadas razões, nunca se vieram a concretizar.

Não se trata, penso eu, de uma atitude snob, trata-se sim, no meu entender, de uma atitude que me parece a mais coerente até, porque a plenitude de uma ideia só se alcança após muito trabalho e muita experimentação. É aliás no aceitar de novos desafios que a experimentação se comprova e novos caminhos se abrem. Isto, obviamente não é algo que se consiga com a execução de um exemplar sobre isto e outro sobre aquilo num conjunto desconexo e sem sentido... apesar de diverso e colorido!?!

Pouco me interessa que um painel esteja bem conseguido se não tiver outras consequências do que a admiração de quem observa ou a sua venda imediata, por se apresentar como um objecto invulgar ou apetecível.

Reconheco, sem margem para dúvidas que uma mostra como a Feira de Artesanato do Estoril, é marcadamente comercial e que é como tal que deve ser encarada. Contudo, e já anteriormente defendi isso, esse pressuposto e pela parte que me toca, não legitima de forma alguma uma menor qualidade dos produtos expostos, quer em termos de concepção quer em termos de execução.

As novas linhas temáticas de produção apresentadas primavam pois por um cuidadoso trabalho de preparação, tendo sido antecedidas por diversos estudos preparatórios onde não houve lugar para facilitismos no que ao desenho diz respeito.
Essa atitude foi levado a tal ponto que a transposição final para mosaico constituiu um desafio maior.

15.9.06

Que paciência...

Foi uma experiência interessantíssima a participação na edição deste ano da Feira de Artesanato do Estoril. Trabalhar ao vivo para um público tão vasto e diversificado nos seus referentes culturais e proveniências geográficas, foi bastante estimulante.

Apraz-me registar que nuns casos como noutros, o trabalho mostrado foi maioritariamente apreciado pela positiva.

Não vou reproduzir aqui as considerações elogiosas e tampouco os comentários jocosos – porque também os houve – acerca das peças expostas ou daquelas que no decurso da feira foram sendo executadas, mas não posso deixar de realçar a transversalidade do comentário “Que paciência...”, emitido em múltiplas nuances linguísticas.

Opor como argumento, o enorme prazer extraído do facto de acompanhar todo o percurso de criação e execução de, por exemplo, um painel, desde os desenhos preliminares até ao acabamento final, passando por todas as fases intercalares que incluem também as hesitações, alterações e mudanças de rumo, foi esforço inglório.

Ao que parece, para a maioria dos observadores, a dita paciência é o segredo da “coisa”, até porque não foram poucos os que acrescentaram que se tivessem paciência, não desdenhariam arriscar a prática...

Posto isto e em jeito de conclusão, fácil é cair no pressuposto de que o mosaico é uma actividade que se destina primordialmente a portadores de elevados índices de… paciência!?!

Sem dúvida, um dado a reter...




Ainda no campo dos comentários, houve um outro bastante repetido – e na minha opinião, bem mais pertinente - realçando as afinidades entre a prática do mosaico e a feitura de um puzzle.

Para além do aspecto lúdico associado a ambas as actividades e à procura incessante da peça ideal para encaixar num dado espaço, que será talvez o traço de união entre as duas actividades, falta acrescentar que quando a peça ideal não surge, é preciso fazê-la!

No puzzle, o desenho é dado e as peças já existem todas em stock... No mosaico, o desenho tem que ser feito e as peças cortadas/talhadas para que justapostas permitam que o mosaico executado fique em conformidade com o desenho que lhe serviu de ponto de partida e orientação.

Estas serão então as diferenças – de pouca monta – entre as duas actividades, puzzle e mosaico.
Nada que a paciência não consiga ultrapassar...

12.7.06

Mosaico ao Vivo

Ao semelhança do que aconteceu na edição anterior da Feira de Artesanato do Estoril, estarei a trabalhar diáriamente na execução de diversos trabalhos em mosaico nos dois períodos de tempo indicados no "flyer".
Será uma boa oportunidade para quem não conhece o que é mosaico artístico ou o tipo de trabalho que se faz no Atelier, tomar conhecimento com os materiais e as técnicas aplicados na execução de mosaico contemporãneo.
Será também uma boa ocasião para quem já conhece tudo isso, poder assistir, ao vivo, à execução de algumas peças.
Será com todo o gosto e enorme prazer que acolherei as visitas de uns e outros!

9.5.06

Recomeço

“Cacos d’Art” reaparece na web, desta feita sob a forma de jornal. Este jornal.

Demos-lhe o nome “Feito em Cacos”, porque o mosaico é assim mesmo, feito com pequenos fragmentos, resultantes tanto de cortes deliberados como por vezes de quebras acidentais.

Não será um jornal diário, mas estará tão presente e actuante quanto o possível e necessário para divulgar as actividades que o Atelier for desenvolvendo.

Cremos ter sido salutar a pausa para reflectir sobre fazer mosaico, aqui e agora, e repensar os moldes em que a sua divulgação deve ser feita.

Esta é, digamos assim, a refundação do Atelier.



A finalidade primordial mantém-se, proceder à divulgação do mosaico como disciplina artística e actividade artesanal, membro de pleno direito das comunidades criativas que um pouco por todo o lado vão surgindo.

A forma de weblog, neste contexto, apresentou-se como o processo mais prático e eficaz, imediato e actuante para o fazer.

Aqui se procurará dar notícia, não só da história e das técnicas de fazer mosaico, mas também de mostras, workshops ou exposições e, como não podia deixar de ser, da actividade do Atelier, que é para isso precisamente que este jornal existe.

No Atelier trabalhamos a partir de desenhos originais, procurando que os projectos se desenvolvam assim mesmo, como projectos. Constituindo séries ou evidenciando traços de união ou um fio condutor, evitando as incursões avulsas e inconsequentes numa actividade que requer além do “saber fazer” uma vigilância activa para evitar a queda em lugares-comuns.

Serão regularmente mostradas as peças que se forem fazendo (sempre que possível desvendando o “mistério” da sua execução). Não só as “grandes realizações” como também as pequenas peças de “subsistência” que de modo algum enjeitamos, cientes de que para vender não é preciso diminuir a qualidade de produção/execução ao nível da indigência.

Queremos ser responsáveis e responsabilizados pelo que de bom e mau se for fazendo, aceitando de bom grado tanto os elogios quanto as críticas, porque diferentes formas de ver só nos podem ajudar a crescer.
Resta ainda dizer que Cacos d’Art é uma marca de autoria registada e que, nessa condição, está ao abrigo de qualquer utilização não autorizada das suas criações, sejam estas projectos ou desenhos, cópias ou imitações de trabalhos seus ou ainda utilizações abusivas do seu logótipo ou designação.