15.9.06

Que paciência...

Foi uma experiência interessantíssima a participação na edição deste ano da Feira de Artesanato do Estoril. Trabalhar ao vivo para um público tão vasto e diversificado nos seus referentes culturais e proveniências geográficas, foi bastante estimulante.

Apraz-me registar que nuns casos como noutros, o trabalho mostrado foi maioritariamente apreciado pela positiva.

Não vou reproduzir aqui as considerações elogiosas e tampouco os comentários jocosos – porque também os houve – acerca das peças expostas ou daquelas que no decurso da feira foram sendo executadas, mas não posso deixar de realçar a transversalidade do comentário “Que paciência...”, emitido em múltiplas nuances linguísticas.

Opor como argumento, o enorme prazer extraído do facto de acompanhar todo o percurso de criação e execução de, por exemplo, um painel, desde os desenhos preliminares até ao acabamento final, passando por todas as fases intercalares que incluem também as hesitações, alterações e mudanças de rumo, foi esforço inglório.

Ao que parece, para a maioria dos observadores, a dita paciência é o segredo da “coisa”, até porque não foram poucos os que acrescentaram que se tivessem paciência, não desdenhariam arriscar a prática...

Posto isto e em jeito de conclusão, fácil é cair no pressuposto de que o mosaico é uma actividade que se destina primordialmente a portadores de elevados índices de… paciência!?!

Sem dúvida, um dado a reter...




Ainda no campo dos comentários, houve um outro bastante repetido – e na minha opinião, bem mais pertinente - realçando as afinidades entre a prática do mosaico e a feitura de um puzzle.

Para além do aspecto lúdico associado a ambas as actividades e à procura incessante da peça ideal para encaixar num dado espaço, que será talvez o traço de união entre as duas actividades, falta acrescentar que quando a peça ideal não surge, é preciso fazê-la!

No puzzle, o desenho é dado e as peças já existem todas em stock... No mosaico, o desenho tem que ser feito e as peças cortadas/talhadas para que justapostas permitam que o mosaico executado fique em conformidade com o desenho que lhe serviu de ponto de partida e orientação.

Estas serão então as diferenças – de pouca monta – entre as duas actividades, puzzle e mosaico.
Nada que a paciência não consiga ultrapassar...

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